Até eu já me deixei desta luta se deve ou não estar a dar a formação.
Se está é porque foi escolhida. Eu se for para uma fábrica e nunca tenha trabalhado na área vou recusar porque não tenho experiência? Não, vou o mais preparado possível e a esforçar-me para fazer o melhor trabalho.
Deixemo-nos de críticas fáceis pois quem tem de facto culpa ou deve estar de consciência intranquila é quem contrata. Porque quando se está a iniciar na formação o que se quer é entrar, experimentar, ganhar uns dinheiros- já quem selecciona e contrata é que tem que ser de facto "punido" pois está a tomar em linha de conta provavelmente não o critério qualidade das aprendizagens...

No entanto os formadores também têm que saber o que pedem. Chegar aqui e pedir um manual avulso sem descriminar conteúdos dá logo a ideia de que não percebem patavina do assunto e estão a pescar tudo o que vem é rede.

Todos sabemos que neste país, tudo o que se faz ou não está dominado pelo conhecimento.

É assim na formação há muito tempo, cada vez é pior e vai chegar a um ponto em que será insustentável.

A tem um centro de formação ou trabalha num, conhece B que é marido de C e primo de D, ora D está desempregado e precisa de ganhar uns trocos, fala com C que fala com B, que até fez um grande favor a A num tempo passado, e A contrata D sem pestanejar.

É de uma simplicidade quase absurda.

A licenciatura de D? não vem ao caso. O curso/ formação é quê? não interessa. Lá se arranja. O que interessa é que D tenha disponibilidade e entregue os papéis todos direitinhos.

Desta forma A salda a dívida que tinha com B. C fica a dever a B e D fica a dever a C e no futuro, hão-de saldar as respetivas dívidas num "favorzinho" semelhante.

Na minha opinião há culpa de ambas as partes e de mais alguma parte. A entidade formadora não devia contratar alguém sem formação e/ ou experiência na área; o formador não deveria aceitar (por uma questão de ética e profissionalismo) ministrar formação sobre conteúdos que não entende e por último, aqueles senhores e senhoras, que estão atrás das suas secretárias e mesas de reunião que constroem referenciais descabidos, desajustados da realidade profissional e em que num só módulo se abordam conteúdos tão díspares como direito e biologia (estou, obviamente a exagerar). Pelo caminho há essas vítimas que se chamam formandos que também, não raras vezes, retiram algo de útil destas formações: um subsídio ou dispensa do local de trabalho.

Há já algum tempo que a maioria das pessoas que vai/ está em formação vê esse tempo/ tarefa como algo de obrigatório e não como uma ferramenta útil para o seu desempenho profissional. Somos um país de talhantes: enchemos chouriços.

O que interessa é que todos estejam felizes e ninguém se incomode muito e os papelinhos estejam todos em ordem.